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18 outubro 2005

Visita domiciliária

Ao realizar uma visita domiciliária juntamente com a assistente social. Encontramos o casal intoxicado. A mulher afirma ter vontade de chorar, em seguida solicita para encostar a cabeça no colo da AS; e chorou muito. O dia estava chuvoso havia mais água dentro da casa que ao céu aberto, as paredes escurecidas pelas águas que escorriam. A casa em plena desordem. Não haviam almoçado, o almoço fora o destilado. O único rendimento familiar vem da filha que ganha um salário mínimo.Situação de extrema pobreza. Diante desse quadro questiono:
  1. Trabalhar com abstinência total?
  2. Eles suportariam a abstinência?
  3. É possível trabalharmos isolados?
  4. São eles os responsáveis por esta situação?
  5. Como intervir nesta situação?
Percebo como somos limitados ao realizar a intervenção efetiva; por isso venho afirmando a necessidade de articulação; porém que essa articulação seja traduzida no dia-a-dia dos indivíduos para que possam viver com dignidade.

14 outubro 2005

Intervenção farmacologica

A Secretária Municipal de Saúde - SMS garante acesso aos medicamentos para os usuários da unidade. Existe uma lista de medicamentos prioritários, que toda unidade de saúde deverá ter em estoque para garantir ao usuário. Essa lista deve ser norteadora das prescrições médicas nos serviços de saúde do SUS “Sistema Único de saúde”. Nos CAPS ad II também distribuímos alguns medicamentos; os mais utilizados dentro de uma enorme lista são os antidepressivos, estabilizadores de humor, antipsicóticos, indutores do sono entre outros; outros medicamentos poderão encontrados na Farmácia Popular.


12 outubro 2005

Lei 10216 - Refeições

A Lei 10.216 dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais redirecionando o modelo assistencial. A proposta é fechar os hospitais psiquiátricos oferecendo aos usuários leitos em hospitais gerais e acompanhamentos comunitários.
Muitas Portarias se seguiram como a Portaria 224 que estabelece as diretrizes de funcionamento de acordo com Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo que o trabalho seja realizado em Rede Assistencial. A Rede Assistencial proposta deve contar com Unidades Básicas de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial, Hospitais Gerais entre outros. Após a vigência dessa Lei muitas mudanças na prática assistencial ocorreram para aos que sofrem com transtornos mentais e comportamentais incluindo os dependentes de álcool e outras drogas.
A Portaria 336 estabelece os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS. Os CAPS são definidos em CAPS I, II e III todos com a mesma função sendo diferente somente na sua área de abrangência e horário de funcionamento. Os CAPS ad “álcool e outras drogas” são todos II, ou seja, CAPS adII. Essa Portaria afirma que os atendimentos podem ser realizados em grupos, oficinas terapêuticas, realizar visitas domiciliares, atendimento a familiares, realizar atividade comunitária com o objetivo de reinserção social e refeição diária. Quanto à refeição diária nos afirma o seguinte:

“Os pacientes assistidos em turno (4horas) receberão uma refeição diária: os assistidos em dois turnos (8horas) receberão duas refeições”

Na pratica tem-se algumas dificuldades em estabelecer quais são os usuários que receberão as refeições, por alguns motivos; quais são eles:

Existe uma dificuldade em estabelecer os critérios quais são os usuários intensivos;

Geralmente os usuários intensivos são aqueles que ainda não tem condições de freqüentar os grupos;

Usuários que freqüentam por problemas de saúde mas não estão nos grupos não tem esse direito...

Essa questão é interessante, pois o trabalho nos CAPS não pode ser realizado isolado, devemos nos articular, os usuários devem circular nas unidades como uma extensão de seu tratamento. Se o albergue oferece almoço, os usuários freqüentes nos grupos deveriam ter garantido seus almoços ao retornarem não enfrentando filas, e caso perdessem a hora encontrar suas refeições. Obvio desde que esse esteja realizando seu tratamento.

Na prática essa é uma questão difícil, não podemos esquecer e ignorar a individualidade da pessoa.

Segundo SAMPAIO JJC e SANTOS AWG a articulação dos saberes colocando a serviço a solução dos problemas e articulação promove a saúde mental dos profissionais da assistência, reduzindo a divisão rígida de trabalho e as distancias entre quem sabe e quem faz, quem cuida e quem é cuidado.
Por essas e outras questões concordo que os CAPS sempre irão se reinventarem.

08 outubro 2005

Fluxo do CAPS adII

Os usuários são recebidos no que chamamos de Plantão. O plantão é realizado por todos os membros da equipe com exceção dos níveis técnicos.
No plantão retiramos a história do usuário que deverá conter:
  • História pregressa – da vida pessoal e a história do consumo do álcool. Quando iniciou, doses ingeridas, data do último consumo; entre outros dados relevantes.
  • Historia familiar – de ambos os pais, dos irmãos e do ambiente na infância. O propósito é obter um entendimento dos primeiros relacionamentos e experiências cruciais que contribuíram para vulnerabilidade do indivíduo.
  • História pessoal – nascimento, ajustamento na infância, escolaridade, ocupação atual, ajustamento sexual, casamento, filhos, finanças e habitação, lazer, historia forense
  • Doenças previas – físicas e mentais e acidentes
  • Historia da ingestão – personalidade, evolução da ingestão, evolução dos problemas relacionados à bebida, evolução da dependência, Evolução das pressões e circunstancias.

Após essa avalição os usuários são encaminhados para os demais atendimentos. A psiquiatria não faz parte do fluxo são encaminhados somente os usuários com alterações psiquiátricas.
São diversos os grupoos realizados; entre eles o grupo de Motivação; Direitos Humanos; Psicoterápico. Somente quando já um tempo no tratamento vão ao Prevenção de Recaída. Essa ordem pode ser alterada de acordo com a situação da chegada do usuário.
O grupo Educação e Saúde geralmente são os usuários que possuem comorbidades.; ou seja possuem transtornos mentais associado ao uso da droga.
Os usuários são enviados para as oficinas de acordo com suas preferências, portanto algumas oficinas, não podemos encaminhá-los direto.

07 outubro 2005

Desenho infantil - Não as drogas

Campeões

O tema sobre o consumo de Álcool e Outras Drogas-AOD está sendo abordado nas escolas com as crianças, a fim de garantir informações e deixa-las livres do consumo. Na prática tenho visto que ainda estamos longe de eliminar os problemas que os familiares e crianças estão enfrentando, visto o número de crianças que estão experimentando as drogas, e que aparecem ao tratamento. Aqui a criança pintou, talvez mesmo sem saber do que precisa para não recorrer ao mundo das drogas. Como algumas crianças dizem - as drogas os levam ao mundo imaginário. Sabemos que as crianças podem usar o lúdico para ir ao seu imaginário. Notamos pelo desenho.
A Copa da Inclusão foi criada com o intuito de promover a integração dos pacientes com a sociedade e a união de esforços das diversas instituições. Com a abertura desse espaço todos buscam proporcionar a interação dos pacientes com visitantes e profissionais, além integrar as instituições, possibilitando a troca de conhecimento entre elas.
A Copa da Inclusão é uma iniciativa que procura criar novos canais para a promoção de saúde mental, tal como um espaço de lazer e expressão aos pacientes. Pretende-se através dela, mostrar que é possível proporcionar espaços como esses, e assim provocar a realização de novas iniciativas. Além disso, consiste numa celebração dos avanços alcançados pelos profissionais dessa área.