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12 abril 2020

SAÚDE MENTAL E COVID-19

O COVID-19 tem matado milhares (Mapa do COVID-19), essa situação, leva todos os olhares para ele, desviando o olhar de outras situações. Tais situações, eram manchetes de jornais até recentemente, como por exemplo, o suicídio.  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2014), a cada ano no mundo ocorrem cerca de 800.000 mortes por suicídio, o que representa uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, pesquisa realizada entre (2006 a 2015) mostrou que  a taxa de suicídio entre os adolescentes de 10 a 19 nesses anos aumentou  24% em seis de suas grandes cidades: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro e no Brasil todo 13% ,  com a maior taxa na população masculina (Jaen-Varas et al., 2019).

Os números e a porcentagem em relação ao suicídio, não precisa de mais palavras, para mostrar o problema. Pensando nisso, apresento, o que os jovens apontam como problemas que os levam a pensar em suicídio.  Abaixo exponho uma Tabela 01, em que as razões são revelados. Esses razões, foram chamadas de dimensões, dada a abrangência que ocupa na vida dos jovens. Após ler a tabela, algumas questões podem ser pensadas em como promover a saúde mental em tempos de COVID-19. 

Dimensão individual: Insegurança, baixa autoestima; sentimento de perda; desilusão; fatores biológicos (atribuindo ao período de vida em que vivem); sofrimento mental e tristeza que advém da falta de serem escutados, da solidão, de sentirem invadidos, do sentimento de desproteção, do isolamento, da autoagressão e da depressão. Atribuem que a tristeza e o sofrimento fazem parte da vida dos adolescentes; entre outros.


Dimensão psicossocial: falta de oportunidades; rejeições, injustiça relacional (com amigos e pais), injustiça devido à má distribuição de renda na sociedade, problemas financeiros; consumo de álcool e drogas; dificuldades em comprar certas   mercadorias; falta de oportunidades; rejeições, injustiça relacional (com amigos e pais), injustiça devido à má distribuição de renda na sociedade, problemas financeiros; consumo de álcool e drogas; dificuldades em comprar certas   mercadorias entre outros.


Dimensão simbólica: Suicídio é a chave para fechar o mundo do sofrimento; morrer representa a passagem da vida terrena para a vida eterna (concepção cristã); normatização do suicídio.


Em síntese,  a vida cotidiana dos jovens é marcada por cobranças, falta de coesão familiar e falta de perspectivas ao futuro.


REFERÊNCIAS.

World Health Organization (WHO). (2014). Preventing suicide. CMAJ. 143(7), 609-10.



Jaen-Varas, D., Mari,J.J., Asevedo, E., Borschmann, R., Diniz, E., Ziebold, C., & Gadelha,  A. (2019). The association between adolescent suicide rates and socioeconomic indicators in Brazil: a 10-year retrospective ecological study. J Psychiatry, 41,389-395.  https://doi.org/10.1590/1516-4446-2018-0223