Viveu a maior parte da sua vida em contato com a psiquiatria e a doença mental, seja por causa de seu pai que sofria de quadro delirante, seja por seu histórico de dependência de álcool e internações psiquiátricas. Em 1914, teve sua primeira internação permanecendo internado por 02 meses. Em 1916, com o mesmo problema, foi levado a Santa Casa de Ouro Fino. Em 1919, novamente, internado no Hospital Psiquiátrico onde escreveu “O cemitério dos vivos”
O CEMITÉRIO DOS VIVOS
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Lima Barreto
1920
4 de Janeiro
O Pavilhão e a Pinel
"Estou no Hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. Estive no pavilhão de observações, que é a pior etapa de quem, como eu, entra para aqui pelas mãos da polícia. Tiram-nos a roupa que trazemos e dão-nos uma outra, só capaz de cobrir a nudez, e nem chinelos ou tamancos nos dão. Da outra vez que lá estive me deram essa peça do vestuário que me é hoje indispensável. Desta vez, não. O enfermeiro antigo era humano e bom; o atual é um português (o outro o era) arrogante, com uma fisionomia bragantina e presumida. Deram-me uma caneca de mate e, logo em seguida, ainda dia claro, atiraram-me sobre um colchão de capim com uma manta pobre, muito conhecida de toda a nossa pobreza e miséria."
Maiores informações - Dissertação Sergio Rachman
De acordo com Sergio Rachman a obra de Lima Barreto, especialmente, O Cemitério dos Vivos, é uma fonte representativa para os que estudam história da psiquiatria brasileira do início do século XX e fornece diversos elementos, principalmente ligadas as ideologias críticas à psiquiatria.
Acrescento que, na dissertação de Sergio Rachman pode ser analisado o sofrimento pelo qual sofreu e sofre os que fazem uso indevido de álcool, e a luta pela abstinência total. Assim, fica novamente a questão - a abstinência total responde a todos os que fazem uso indevido de álcool, ou podemos chamar alguns de refratários e, buscarmos alternativas de intervenções.
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