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26 dezembro 2005

Declaração natalina do usuário

Destruí tudo. Quase morri com as drogas e o álcool.
Sofri uma miséria terrível, pobreza, cadeia, brigas e doenças. Fiz sofrer minha esposa filhos e aqueles que gostavam de mim. Hoje está difícil me encontrar. Estou insano, com instabilidade mental, paranóico e esquizofrênico. Com os medicamentos consigo me controlar, não ser insano, não perder o juízo o pouco que me resta. Para o próximo ano quero estar sem drogas e bebidas, consegui um emprego e ficar com minha família.
Quero continuar em tratamento. Este ano que se aproxima espero dar paz para minha família, ter uma vida melhor, não cometer tantos erros como no passado como aconteceu na minha vida.Obrigado por vocês existirem.

11 dezembro 2005

Definindo acolhimento no CAPS

A vida real dos serviços de saúde tem mostrado que conforme os modelos de atenção que são adotados, nem sempre a produção do cuidado em saúde está comprometida efetivamente com a cura e a promoção da saúde. As duras experiências vividas pelos usuários e trabalhadores de saúde mostram isso cotidianamente, em nosso país.
Pensar nos modelos dos processos de trabalho em saúde, em qualquer tipo de serviço, que consigam combinar a produção de atos cuidadores de maneira eficaz com conquistas dos resultados cura, promoção e proteção, é um nó crítico fundamental a ser trabalhado pelo conjunto dos gestores e trabalhadores dos estabelecimentos de saúde De uma maneira geral, todos processos atuais de produção da saúde, em particular as que buscam novas lógicas para as relações trabalhadoras (tecnologias) e usuários (necessidades de saúde), vivem algumas tensões básicas e próprias dos atos produtivos em saúde.
Parto da idéia de que qualquer modelo de atenção à saúde faz referência, não a programas específicos, mas ao modo de como se constroem a gestão de processos políticos, organizacionais e de trabalho que estejam comprometidos com a produção dos atos de cuidar: do individual, do coletivo, do social, dos meios, das coisas e dos lugares, na promessa de construir a saúde.
Quando pensamos em um sistema que é um conjunto de partes que se interagem visando um objetivo comum, podemos citar um exemplo o organismo humano; o corpo externo acolhe as células e órgãos internos, que por sua vez é acolhido no ambiente. Assim, quando pensamos em transformar nossos processos de trabalho e cuidados devemos tomar como ponto de partida o Acolhimento do usuário no serviço de saúde.
Podemos pensar em acolhimento de diversas formas partindo de pontos simples e fundamentais chegando na escuta que é fundamental para que uma pessoa possa sentir-se acolhida. Os pontos simples que qualquer serviço de saúde possa implementar diz respeito a:
  • Implantar salas acolhedoras
  • Criação de jornais informativos
  • Implantação de oficinas com atividades corporais o qual participam funcionários e população
  • Criação de bibliotecas
  • Iniciativas locais por meio de oficinas dirigidas aos funcionários - cuidando de quem cuida
  • Retirada de vidros de recepções e balcões
  • Uso de crachás de identificação para funcionários
  • Sinalização para melhor orientação dos usuários
  • Caixa de sugestões


08 dezembro 2005

Trêm EM-Bras


Aventura voltando de Ermelino Matarazzo de trêm

02 dezembro 2005

Grupo terapêutico

A ajuda ao dependente de álcool e outras drogas pode ser oferecida numa variedade infinita de ambientes que vai desde do local do consumo ao ambiente de tratamento. Dentro desta visão ampla no qual o tratamento pode ser oferecido à terapia de grupo tem sido amplamente utilizada no dia-a-dia da vida dos profissionais.
Ciampone (1998) ao estudar sobre os grupos afirma que parece haver um consenso entre os autores e diversas correntes de pensamentos de que a definição de grupo é vaga e imprecisa no senso comum. Muitos estudos têm sido desenvolvidos para estudar os grupos, pois é uma técnica terapêutica a muito utilizada pelos profissionais, e principalmente no tratamento para dependentes de álcool e outras drogas. NEGRETE e Ramos afirmam ser está a técnica mais amplamente empregada no tratamento dos dependentes de álcool.
Ao estudarmos a assistência oferecida aos dependentes de álcool e outras drogas apontamos que estes têm suas representações sobre o seu consumo, atribuindo significados ao grupo dentro do contexto no qual está inserido. Assim, o primeiro passo ao realizarmos um grupo é conhecer suas representações sobre o consumo da droga. Além deste conhecimento, é necessária a compreensão da “dinâmica inconsciente das relações intra e intergrupais existentes no contexto das instituições” Ciampone (1998).

São inúmeras as aplicações grupais, segundo CIAMPONE (1998) vão desde de grupo de auto-ajuda, ensino-aprendizagem, terapêutico, institucionais e comunitários. Estes são classificados de acordo com a técnica empregada pelo coordenador, com a finalidade proposta ou com o vinculo estabelecido entre o coordenador e os componentes do grupo.
No campo da dependência existem diversas atividades grupais comum numa estrutura terapêutica, esses grupos tendem a ser fechados ou abertos. Os abertos os pacientes entram e saem do grupo, os fechados são grupos de aproximadamente 8-10 pessoas selecionados por sua homogeneidade ex. grupos de mulheres.
Os temas abordados nas sessões grupais dos dependentes de drogas são vários: grupo educativo aonde os pacientes aprende sobre a natureza da dependência, grupo de soluções de problemas aonde são abordados temas da realidade atual, ou focalizado nas questões interpessoais e dinâmicas, grupos de prevenção de recaídas onde os pacientes compartilham idéias em como manter a abstinência e evitar a recaídas, grupos de auto-ajuda exemplo o AA (embora o modelo de auto-ajuda exclua o ambiente de tratamento) são muito utilizado com os dependentes de álcool.
Baixa Adesão
A falta de adesão é um dos problemas encontrados ao tratar os pacientes dependentes de álcool e outras drogas; os tipos de abandono são categorizados em abandonos prévios antes da primeira consulta; abandono precoce, logo após a primeira consulta; abandono durante a fase inicial da terapia; e abandono tardio; na fase da manutenção do tratamento.

Manter os usuários vinculados ao tratamento é uma das grandes dificuldades dos que estão envolvidos nos serviços, devido ao baixo grau de aderência. Sawicki et al já apontava o aprimoramento do tratamento como ponto fundamental ao prestarmos assistência a esses pacientes.
Este e outros motivos nos levam a apontar a necessidade de ajustamento nos programas terapêuticos. Uma das alternativas para o problema da adesão é trabalhar a motivação dos com grupos motivacionais.
Grupos motivacionais
Os grupos motivacionais utilizam a técnica da Entrevista Motivacional. É uma técnica que engloba várias abordagens, tais como psicoterapias breves, terapia centrada no cliente, terapia cognitiva entre outras; o objetivo principal é ajudar o paciente a resolver sua ambivalência em relação ao seu consumo de álcool e outras drogas e ajudar na permanência no tratamento. O grupo destina-se aos pacientes ambivalentes quanto à mudança de comportamentos, sobre o seu consumo de drogas, buscando suas razões para mudanças ao invés de impor ou persuadi-los a mudar.
A abordagem em grupo motivacional é muito utilizada nos tratamentos, onde uma seqüência de mudanças comportamentais é apontada aos pacientes, onde a motivação para mudança e encarada de uma forma dinâmica, não estática e influenciável por fatores externos.
PILLON (2003) propõe nas atividades grupais aos alcoolistas, principalmente os coordenados por enfermeiras, ou sob a coordenação de outros profissionais onde a enfermeira participa como colaboradora; alguns temas os quais devem girar em torno da motivação, discussão dos problemas de saúde relacionados às conseqüências do consumo do álcool, função dos medicamentos e interações com outros.
Outro grupo referido ainda pela autora aos alcoolistas são grupos com aqueles que já apresenta algum tipo de doenças físicas decorrentes do consumo de álcool. Segundo a mesma os temas são variados é não necessariamente precisa ser o restringido ao álcool.
Lembramos que montar os grupos onde seus integrantes estejam reunidos em torno de um objeto comum já foi apontado por outros pesquisadores como ponto básico na elaboração dos grupos; o que não diferencia com os grupos específicos para álcool e tabaco. Relembrando que os temas abordados nos grupos serão diferentes. Para finalizarmos a abordagem sobre os grupos lembramos a EMPATIA é fundamental para o progresso do grupo.

Referências

Ciampone MHT. Grupo Operativo: construindo as bases para o ensino e a prática na enfermagem [tese] São Paulo (SP) Escola de Enfermagem da USP. Livre-Docência. 1998.

Negrette JC. Problemas Médicos.In: Ramos SP. Organizador. Alcoolismo Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas; 1987.

Pillon SC. O uso do álcool e a educação formal dos enfermeiros [tese] São Paulo (SP): Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. 2003.

Ramos SP. Bertolete JM. Alcoolismo hoje.Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

01 dezembro 2005

Copa da inclusão














A copa da inclusão diz respeito a jogos competitivos onde os usuários de serviços de saúde mental competem entre si. Os CAPSs adII participaram. Foi um momento especial para pensar sobre ganhar e perder, mesmo que em jogos competitivos.









Troféu ganho pelos usuários ao competirem futebol.